domingo, 26 de janeiro de 2025

À Sombra do Baobá

 

Christiane Angelotti


Sempre me encantei pelos baobás. Árvores imensas, originárias do continente africano, que parecem guardar, em seus troncos sulcados, histórias tão antigas quanto o mundo. Elas erguem suas copas contra o tempo, como guardiãs silenciosas de mistérios que talvez nunca compreendamos. Não é à toa que são consideradas sagradas para as religiões de matriz africana. Há algo nelas que inspira reverência, como se carregassem um segredo sobre a vida e a resistência.

Entre os baobás que conheci através das histórias, o Chapman me marcou profundamente. Ele era um gigante de Botsuana, com cerca de 25 metros de circunferência e 5.000 anos de idade. Era chamado de Sete Irmãs, por seus sete troncos que pareciam se abraçar, formando uma imagem de união, força e acolhimento. Saber que um dia existiu uma árvore tão majestosa e que ela não está mais aqui traz um tipo peculiar de melancolia.

domingo, 19 de janeiro de 2025

Amar e Deixar Partir

  

Christiane Angelotti


O amor é o sentimento que me move, é a razão pela qual acredito que vivemos. Dedico muito do meu tempo refletindo sobre ele.

Hoje, quero compartilhar pensamentos sobre o amor tido como “amor romântico” ou eros — mas sem a bobagem da idealização que muitas vezes o acompanha. Idealizar é distorcer a realidade, é negar as pessoas em sua essência e roubar do amor a riqueza de ser genuíno. Essa reflexão, embora focada em um tipo específico de amor, serve para todos os seus aspectos.

sábado, 11 de janeiro de 2025

A caçadora de vaga-lumes



Christiane Angelotti

 

Quando eu era criança, por volta dos oito anos, eu queria ser uma caçadora de vaga-lumes. Estranho, não? Mas é sério! Eu achava que eles guardavam um tipo de mágica, com a qual eu teria controle quando tivesse capturado uma quantidade considerável dos pequenos insetos. Como a lâmpada mágica do gênio de Aladim, eu os colocaria no meu pote. O pote dos desejos. Eles piscavam como se tivessem um segredo a revelar, uma luz que só aparecia quando ninguém estava olhando.

E como sempre imaginei histórias, tive dificuldade em separar imaginação da realidade. Construí essa narrativa e passei a acreditar nela. Naquele tempo, minha imaginação era meu superpoder, transformava qualquer coisa em aventura, e os vaga-lumes eram heróis em uma história só minha.