Christiane Angelotti
Sempre me encantei pelos baobás. Árvores imensas,
originárias do continente africano, que parecem guardar, em seus troncos
sulcados, histórias tão antigas quanto o mundo. Elas erguem suas copas contra o
tempo, como guardiãs silenciosas de mistérios que talvez nunca compreendamos.
Não é à toa que são consideradas sagradas para as religiões de matriz africana.
Há algo nelas que inspira reverência, como se carregassem um segredo sobre a
vida e a resistência.
Entre os baobás que conheci através das histórias,
o Chapman me marcou profundamente. Ele era um gigante de Botsuana, com cerca de
25 metros de circunferência e 5.000 anos de idade. Era chamado de Sete Irmãs,
por seus sete troncos que pareciam se abraçar, formando uma imagem de união,
força e acolhimento. Saber que um dia existiu uma árvore tão majestosa e que
ela não está mais aqui traz um tipo peculiar de melancolia.